sábado, 30 de agosto de 2014

A Quadrilha



Deu-se o inicio da música. 
Uns se arriscam a entrar na dança,
Outros apenas observam tentados,
criando coragem para dar o primeiro passo.

E vão rodando animados pelos ares,
a cada música uma nova troca de pares.
Nesta quadrilha chamada mundo,
Roda, roda, roda, num buraco cada vez mais fundo.

O tempo disfarça a pressa em correr
As pessoas envelhecem sem perceber
Cada vez mais gente entra na dança
E o sonho eterno vira uma distante lembrança

De repente o salão se esvazia
Quando todos estão na pista, a música silencia
O que houve com animação da quadrilha?
Esvaiu-se com a queda da bastilha

Ouvem-se gritos por todos os lados,
Imploram por mais uma tentativa de rolar os dados,
O tempo apressado chegou ao fim
Roda, roda, roda, numa poça cor de carmim.

Os portões já não tem fechadura,
Não há como escapar da noite mais escura.
A quadrilha que tão animada era,
Range os dentes aprisionada na treva.

quinta-feira, 3 de julho de 2014

A religiosidade e o mundo, o mundo ou a Boa Nova.

Esqueceram a Palavra. Deu-se lugar a religiosidade. Começou a liturgia. Badalaram os sinos. Rezaram as frases repetidas. Respingaram a água. Ungiram a fotografia. Abriram a cartilha de regras. Recosturaram o véu. Tentaram salvar o perdido, mas o cego não pode guiar outro cego.

Aí o entendimento faltou. O ouvido fez que não ouviu. O coração se fechou. A mente entorpeceu. O mundo convidou. Os pés marcharam com o bloco. A estrada alargou. O juízo se perdeu. O jovem envelheceu. O tempo desperdiçou. O valor se esqueceu. A pureza sumiu. O prazer iludiu. A paixão feriu. A sanidade caiu. A confusão dominou. O orgulho cegou. O pecado roubou. E o vento levou o pouco que sobrou.

Então a memória recordou. A lágrima chorou. A esperança reacendeu. Um passo para trás. Uma clareira surgiu. A verdade buscou. A Boa Nova se ouviu. O livro abriu. O homem em si caiu. A ovelha ao pastor atendeu. O joelho dobrou. A prece subiu. O Senhor falou. A graça abraçou. O perdão cobriu. O entendimento surgiu. O ouvido ouviu. O coração abriu. A mente esclareceu. O mundo perdeu o encanto. Os pés marcharam em direção ao evangelho da paz. A estrada estreitou. O juízo se encontrou. O velho nasceu de novo. O tempo que ainda resta. O valor subverteu. A pureza despontou. O prazer se inverteu. A paixão amou. A sanidade enlouqueceu para o mundo. A confusão agora é outra. O orgulho quebrou. O pecado rejeitou. E o vento sopra para onde quer, não se sabe de onde vem, e nem para onde vai.

sábado, 21 de junho de 2014

Requiem para o Velho Homem


Com rugas desenhadas no rosto e fios de cabelo embranquecidos pelo tempo, o Velho Homem percorria um caminho estreito e íngreme com pés descalços e cansados, como quem envelheceu 100 anos em 100 dias. Seu semblante era de alguém que ao se auto analisar chegou a uma conclusão tristemente insatisfatória e caiu em si. O fardo em suas costas parecia mais pesado do que nunca. Com o olhar atencioso como quem procura um tesouro escondido, o Velho Homem prosseguia retamente o seu caminho. Sua respiração estava ofegante, mas ele mantinha o sorriso. Apesar de todo o cansaço, seu olhar demonstrava a segurança de quem cria que o que se aproximava a sua frente lhe daria plena satisfação.

De repente ressoaram diversos sons, que combinados resultaram em uma linda melodia tocada por instrumentos desconhecidos. Era como o som de muitas águas agitadas, do vento assobiando em lençóis de areia, de folhas se curvando diante da glória que se aproximava. Era o requiem para o Velho Homem. O caminho parecia estar findando, com entusiasmo o Velho Homem se aproximava cada vez mais da clareira no topo. Como que reanimados pela melodia, seus pés cansados adquiriram novo vigor, ele apertou o passo ansioso para chegar ao seu destino, enquanto relembrava todos os obstáculos que havia superado, a incredulidade, a falsa moral, as concupiscências da carne, a vaidade, o medo, a dúvida, a hipocrisia, foram tantos...

Até que sem realmente se dar conta, havia chegado ao topo e a clareira revelava seu destino. Estava diante de um grande rio, tão cristalino que poderia ver sua profundidade. Em uma rocha uma frase entalhada dizia: “Quem não nascer de novo não pode entrar no reino dos céus”. Velho Homem ficou intrigado com aquela frase, como poderia alguém nascer de novo? Precisava de entendimento e ansiava por isso, estava cansado de ter ouvidos, mas não ouvir e de ter olhos impossibilitados de enxergar. Diante daquele rio, estava tão perto que poderia ver seu reflexo, Velho Homem humildemente se colocou de joelhos, fechou os olhos e orou: Grande Feitor, de todas as coisas que se vêem e daquelas que não podem ser vistas, sou um pecador miserável, culpado da cabeça aos pés, desde o meu nascimento tudo o que eu tenho feito é pecar, será que há esperança? Desde que comecei a ler a Tua palavra no Livro, ganhei um fardo nas minhas costas que está cada vez mais pesado, mas apesar de todo o cansaço, desde que atravessei a Porta Estreita não consigo nem sequer pensar em voltar atrás, precisava persistir no caminho e agora que cheguei não há mais nada além deste rio que parece não ter fim. Eu clamo que me ajudes, pois eu desejo imensamente prosseguir até o Teu Reino, então como posso nascer de novo?

Velho Homem sentiu uma sensação inexplicável, seu coração estava aquecido e lágrimas quentes corriam por todo o seu rosto, ele abriu os olhos e para seu espanto ele viu sua versão infantil refletindo no rio. Como se fosse à coisa mais óbvia do mundo, Velho Homem adentrou as águas, mergulhando com serenidade de encontro ao seu reflexo de menino. Foi como se tivesse sido atingido por uma força celestial em seu peito, uma alegria indizível encheu seu coração. Ele levantou-se do rio como se fosse alguém completamente diferente, sentia-se diferente e de fato estava. Ele avistou um ancião de semblante muito amável sentado em cima da rocha e se dirigiu até onde ele estava: “Quem é você e a quanto tempo está aí?” Indagou ao ancião um tanto confuso. “Eu me chamo Consolador e estou aqui desde sempre, só que antes você não conseguia nem me ver, nem me ouvir” respondeu a figura. “Como assim? O que você quer dizer com isso? Porque eu só consegui enxergar você agora se estava aí o tempo todo?” Velho Homem estava agora além de confuso, intrigado. “Você não conseguia me ver porque antes não tinha a Luz do Entendimento. O Grande Feitor regenerou seu coração e agora você nasceu de novo. No momento em que você abriu seus olhos, o seu reflexo, assim como seu coração, já não era de Velho Homem, mas de um menino, agora você se chama Menino Maiúsculo. Menino na pureza, Maiúsculo em maturidade. E eu não sou a única coisa que você não estava enxergando por lhe faltar a Luz do Entendimento, dê uma olhada novamente no rio”.

Ao virar-se para observar o rio novamente, Menino Maiúsculo se deparou com um caminho que ia por cima do rio. O caminho estreito não havia terminado, estava apenas começando. Então tomando fôlego, fortalecido como nunca antes, começou a caminhar. Percebeu que estava sendo seguido por Consolador e lhe perguntou: “Você vai me acompanhar?” e Ele lhe respondeu: “Estou lhe acompanhando desde que você atravessou a Porta Estreita e continuarei com você todos os dias, por toda a eternidade”.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

A garota cinza e o desconhecido

Três horas da manhã de uma segunda-feira. O céu está repleto de nuvens cinzas, cinzas como as nuvens dos pensamentos daquela menina, deitada no meio daquele gramado úmido. Cinza é uma cor solitária, que nunca sabe se está triste ou feliz assim. Estendida de cabelos ao vento, a garota cor de cinza sente falta de alguém, de um completo estranho. Ela nunca o conheceu, mas sente como se o conhecesse a vida inteira. Colocando os headphones no máximo, viajando em seus pensamentos, tentando aliviar a falta daquele que sem saber, já a tem.

Mas ah, se ele aparecesse agora! Se ela apenas pudesse olhar seu rosto de relance, para decorar seus traços. Se apenas pudesse saber o seu nome, ou o timbre da sua voz. Será que essas nuvens cinzas poderiam se juntar, dando forma ao rosto do desconhecido? Não de um desconhecido qualquer, mas do desconhecido da garota cor de cinza, talvez assim fosse mais fácil esperar 7 dias, 7 meses, 7 anos. Ninguém disse que seria fácil. Mas ela continua ali, pacientemente olhando para o céu. Será que ela adormeceu? Acho que não. Quem sabe se você se aproximar, se chegar mais perto, poderá ver que no rosto dela há um terno sorriso, e seus olhos estão bem abertos, confiantes. Nem tudo é o que parece, depende da sua perspectiva, depende do ângulo que você vê. Uma aparente frieza, se vista por outro ângulo, pode ser uma evidente cautela.

E você fica apenas aí parado, olhando de longe, observando cada movimento, tentando decidir se vai se aproximar ou não. As horas vão passando, o ponteiro lentamente caminhando e, de repente, sem se dar conta, amanheceu e você está a poucos metros dela, como se tivesse sido atraído por um ímã. A aurora iluminou o rosto da garota, ela, na verdade, nunca foi cor de cinza. Mechas cor de chocolate, pele tão branca que brilhava como os raios do sol, olhos da cor do gramado em que se deitara, era uma tempestade de cores, como um prisma. Deixando o cinza para trás, ela vira para você como se te ver fosse rotina e simplesmente diz "Olá estranho, já era hora de você aparecer". E desde então nada mais será o mesmo, o singular vira plural, o "eu" vira "nós", tudo se mistura e não se sabe mais o que é de quem, em uma tela outrora cinza, pintada agora de aquarela.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Serafim e o estopim


Em um reino muito distante

Mas muito ao nosso semelhante

Havia um Rei nobre de veste galante



Seu casamento estava marcado

Estavam todos convidados

O grande dia havia chegado



Lá vem a bela donzela

Mas o que será que aconteceu com ela?

O vestido branco de Jasmim, pasmem, era cor de carmim



Com um sorriso torto no rosto

O Rei não demonstrava desgosto

“O vestido é alvo como neve” fingiam todos



Tem alguma coisa errada

O pequeno Serafim pensava

E se levantou erguendo a fala



“O que está acontecendo?

Será que vocês não estão vendo?

Não é branco o vestido de Jasmim, é cor de carmim”



O povo todo ficou chocado

Será o garoto corajoso ou pirado?

Pois o Rei nobre fica louco se contrariado



Com os olhos ardendo em fúria

O Rei gritando justificava sua luxúria

"Sou ungido do Senhor, isso é uma injúria"



"Todos vocês convidados

Se realmente são meus aliados

Levem Serafim para ser enforcado"



Os guardas com grande euforia

Prenderam Serafim com alegria

A luz do dia ele nunca mais veria



Diante disso, o povo ficou indignado

E quem é servo leal não agüenta ficar calado

Nem pode ignorar a lei do livro sagrado



O dia agora se findava

A morte de Serafim o rei brindava

O nobre menino agora cor de carmim estava



Mal o rei louco sabia

Que a partir daquele dia

O povo agora desperto já não se calaria



Nobre menino Serafim

Honesto mesmo custando seu fim

Sem saber provocou o necessário estopim

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Caos frente ao espelho

É muito simples achar feio o que ultrapassa a moldura de um espelho. Somos muito rápidos em apontar a insensatez alheia, no entanto, vagarosos em enxergar a própria loucura. A vaidade é um abismo que cavamos aos poucos. Ela chega disfarçada, apresentando-se com outros nomes mais sutis. Amor próprio, auto satisfação e, por vezes, ousadamente, se intitula de vontade de Deus. Dizemos que estamos fazendo para agradar a Deus, repetimos para nossa própria consciência que está tudo bem, que não é nada demais, quando a verdade é que nossa mente está um verdadeiro caos, bagunçada demais para termos coragem de dar uma boa olhada.

Quando olhamos ao nosso redor nos dando conta de quão distorcido está o mundo, seria reconfortante imaginar que em nosso interior particular as coisas estão em paz. Ficamos de cabeça baixa, como uma criança se entretendo com a sombra dos pés, se agarrando a quaisquer válvulas de escape que possam fazer a ignorância da nossa própria depravação mais duradoura. No entanto, toda tentativa de fuga é inútil e, eventualmente, teremos que encarar que talvez o caos refletido no espelho a nossa frente, seja muito mais preocupante que o caos ao redor da moldura.

O homem não é um bom juiz do próprio caráter. A vaidade, um dos pedaços mais nojentos da nossa carne, não permite um julgamento sincero. Nossa natureza está embebida de arrogância, independência e todos os tipos de concupiscência. Todos mesmo. Não se engane achando que é incapaz de cometer determinada atrocidade, acredite, você é. Se você subestimar a sua carne, quando menos perceber, já terá cometido. É impossível erguer a cabeça para encarar o espelho a frente por si só, estamos inertes, como mortos, incapazes de enxergar. Nos consideramos decentes, humildes e bons o suficiente, contudo, nossas melhores vestes de justiça são como trapos de imundícia comparadas a santidade de Deus. Apenas Deus pode sondar o nosso coração com precisão, apenas Ele pode transformar aquilo que decidiu que precisa de mudança depois de nos examinar. É Ele quem levanta o nosso rosto diante do espelho. E, não há dúvida, que todo aquele que encarar o que está a frente do espelho, seu interior particular, cairá em arrependimento genuíno diante de tanta depravação, mas ainda bem que Deus, em sua maravilhosa graça, nos salva. A maior evidência da salvação é uma vida em arrependimento genuíno, isto é, não basta que eu apenas me arrependa por hora, mas é necessário continuar me arrependendo todos os dias.

Quando Deus levanta o nosso rosto diante do espelho da nossa própria realidade, nascemos de novo. Simplesmente, deixamos de ser quem fomos. Já não somos conterrâneos do caos, mas vivemos como estrangeiros nele. Passamos por um processo de regeneração, de glória em glória, cada vez mais profundos na presença de Deus. É do Senhor que vem a real transformação. Quem não nasceu de novo em Deus, viverá confortavelmente no caos e gostará disso, continuará ignorando o que está diante do espelho, se preocupando mais em identificar a feitura daquilo que está ao redor da moldura do espelho, do que com o próprio espelho. Pura tolice, pois só é possível se importar verdadeiramente com o caos além da moldura, quando se resolve primeiro o caos de dentro de si, tomando coragem para encarar o espelho, clamando para que Deus traga luz aos lugares mais obscuros.

terça-feira, 25 de junho de 2013

Amizades Líquidas

Pobre geração superficial, essa nossa. Tufam os peitos, cantando cheios de vontade cantigas sobre amor e amizade, quando a maioria jamais experimentou qualquer um destes com profundidade. Mal chegaram a pisar na ponta ponta do iceberg e já estão satisfeitos em explorar tão pouco. O sociólogo Zygmunt Bauman já falava a respeito da fragilidade dos laços humanos. Ele usa uma metáfora muito interessante para ilustrar seu pensamento, afirmando que nesta geração moderna o amor é líquido. Líquido porque um fluido se amolda exatamente a forma do local onde foi despejado. Ele não tem uma forma própria e constante, mas está sempre em metamorfose, se adaptando e mudando de acordo com o meio. O ser humano caminha a passos largos nesta direção, cada vez mais superficial em seus relacionamentos. Nos nossos dias, não apenas o amor é líquido, mas a amizade também.

Na nossa geração, amizades duradouras estão cada vez mais raras, foram substituídas pelas amizades  líquidas. Só se cultiva relacionamentos com aqueles que pensam parecido, que tem os mesmos gostos, as mesmas crenças, os mesmos hobbies, no entanto, sabemos que nossa mentalidade, e ouso dizer até mesmo a personalidade, está em constante amadurecimento, de forma que nossos pensamentos, gostos, crenças e hobbies podem mudar. E quando essas coisas mudam, tem gente que muda de amigos. Gente que é amiga de todos, mas que não é amiga de ninguém, no final das contas. É impossível cultivar muitas amizades com profundidade, só da para cultivar algumas, de contar nos dedos de uma mão. Não dá para conhecer com profundidade o íntimo de muitas pessoas ao mesmo tempo. E nem todos se deixarão ser conhecidos plenamente, por medo de as pessoas não gostarem do que verão. Amigo de verdade, conhece todos os teus lados, viu os teus dias mais escuros, mas ainda assim te ama.

Quem sabe alguns achem que eu esteja exagerando, que isso é superficialidade da minha parte por não querer cultivar muitas. Narciso acha feio o que não é espelho, afinal. E, convenhamos, isso tudo parece estranho porque quase todos estão acostumados a colecionar amigos. Reclamam da superficialidade, mas não deixam as raízes se aprofundarem. No primeiro período de sequidão, deixam a árvore morrer, porque não permitiram que as raízes se aprofundassem. São colecionadores de árvores, e possuem tantas, que é difícil encontrar tempo para cuidar de todas. Alguns são colecionadores, outros são semeadores néscios. Não tem sabedoria para escolher uma boa semente para plantar. Plantam espinheiros, quando poderiam plantar carvalhos fortes.

Falemos mais especificamente das amizades na vida do cristão. Muito me entristece ver que neste meio, o padrão de amizade pouco se difere ao padrão deste mundo. Cristãos que colecionam amigos, que andam com determinado grupo nos dias de sol, mas quando muda de estação, muda de grupo. E quem sabe a gente se encontra no próximo verão. Cristão que troca de amigo porque não sabe perdoar. Cristão que muda de amigo porque não sabe pedir perdão. Fazem do seu coração uma verdadeira estação de trem, é gente chegando toda hora, gente partindo a todo instante. Abrem o coração para qualquer um, ainda que não haja propósito de Deus nisso. E quando perde a graça ou o circo pega fogo, se despedem presenteando o amigo com uma passagem só de ida.

Deus não deseja que sejamos superficiais em nossas amizades, ao contrario, nos capacita para fazê-las duradouras, o problema é que poucos estão dispostos a suportar os espinhos para contemplar de perto a beleza da rosa, mas, acredite, valerá a pena trocar sua coleção de amizades líquidas por algumas poucas, mas duradouras e profundas, amizades sólidas. Já dizia o sábio Salomão: "O homem de muitos amigos deve mostrar-se amigável, mas há um amigo mais chegado do que um irmão" (Pv. 18:24).