quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Feliz dia novo


Interessante notar que quando um ano está prestes a terminar, as pessoas começam a fazer auto analises sobre como viveram seus dias, sobre os planos que não realizaram e os votos feitos no ano anterior que não cumpriram. E ficamos nessa eterna reflexão,e refletimos por tanto tempo que em certo momento o espelho começa a ficar embaçado e já não conseguimos enxergar muito bem os votos, os planos, os sonhos... Tornaram-se tão embaçados, tão cheios de pó, que são esquecidos, envelhecidos. E ao chegar ao fim do ano, vemos um espetáculo de beleza, fogos de artifício colorindo o céu em comemoração de... Mas em comemoração de que já que não realizamos o que foi pretendido no ano anterior? Intrigante, eu diria.

Me pergunto qual seria a diferença entre um ano novo e um dia novo. Acredito que as pessoas preferem esperar o ano novo para traçar planos de mudança do que um dia novo, porque o amanhã está muito perto e as pessoas não tem pressa de mudar. Ninguém tem pressa de mudar algo que não quer mudar verdadeiramente. Se existe algo em sua vida que você sabe que necessita de mudança, simplesmente levante-se e mude. Não espere uma data especial ou um sinal divino, Deus não precisa responder perguntas óbvias.

O ano novo começou, e eu não vou lhe desejar um feliz ano novo. O que torna um ano novo não é um calendário novo na sua parede, mas a pessoa nova que você pode se tornar se permitir Deus lhe moldar. O que eu quero desejar a você é que tenha um feliz dia novo, que todos os dias possam ser mais um passo a frente no nosso crescimento, que a cada dia novo possamos conhecer mais da pessoa Deus, que a cada dia novo seja um novo morrer para nós mesmo, pois a nossa natureza é oposta a natureza de Deus. E tudo o que for oposto a Deus, eu não quero mais.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Vale da inconstância



Somos seres que tem a inteligência um pouco questionável. Somos capazes de trocar o que temos de mais importante na vida por algo que desejamos por apenas breves momentos. Lendo dessa forma parece até burrice, no entanto, é inegável que é a verdade. Por vezes, negociamos nossos valores por vontades bobas de menina, sendo que vontade é algo que da, mas passa. É por isso que por mais que o tempo passe e a idade chegue, vemos certas pessoas sempre tentando vencer as mesmas fraquezas, lidando com os mesmos problemas, sem sucesso. Elas parecem estar presas em um ciclo vicioso. E realmente estão.


Esse ciclo vicioso, costumo chamar de Vale da Inconstância. Existem pessoas presas a anos nesse vale, estão lá a tanto tempo que mal se dão conta de que a única coisa que as mantém presas são elas mesmas, não há carcereiros, correntes ou afins, há apenas suas vontades infantis e egoístas. Pessoas presas por si mesmas, eternamente esperando por alguém que as tire, contra suas vontades, daquele local e as sacuda até que elas simplesmente acordem de seus sonhos juvenis. Acontece que isso não irá ocorrer nunca, porque só existe uma maneira de sair do Vale da Inconstância: Negando suas vontades. Ninguém vai obrigar você a morrer para as suas vontades, no entanto, também ninguém tirará você de lá a força.

Não se pode querer fazer mais ou menos a vontade de Deus e mais ou menos a sua, ou você faz a sua, ou a Dele. É impossível seguir duas estradas ao mesmo tempo. E quando nossa vontade e a vontade de Deus fica divida em nosso coração, ficamos simplesmente parados e, nessa parada, nos vemos presos no Vale da Inconstância de novo. O problema é que o tempo não para junto com a gente.

Como sair desse vale? Simplesmente decida qual caminho tomar. E quando decido for, elimine de sua vida tudo aquilo que te atrapalhar de seguir o caminho, seja o que for, ou seja quem for, pois é muito melhor investir na eternidade do que em coisas passageiras. Pra quem está no caminho errado, progredir é voltar atrás e começar de novo. E, de coração, desejo que seja o caminho mais estreito.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Inversão de valores


Vivemos em um tempo onde as pessoas estão vivendo uma inversão de valores, talvez até mesmo a falta deles. Nossas prioridades foram invertidas, a intensidade naquilo que sentimos também. As pessoas estão amando as coisas, adorando as pessoas e gostando de Deus.

Aquilo que antes era considerado um valor, hoje é tido como antiquado, de-mo-dê. Vivemos na época em que o "ficar" é a tendência e casamento é considerado utopia. Em que o trabalho é mais importante que os filhos e qualquer coisa é só leva-los na terapia que resolve. E quando olho pra tudo isso me pergunto, será que ir na contra-mão do sistema é considerado rebeldia ou o sistema é quem se tornou rebelde?

Não deveríamos nos adaptar a essa realidade e nem considera-la normal. Não podemos ser meros ouvintes da mídia sem manifestar qualquer opinião, somos pensantes. A nossa cabeça não serve apenas para dividir nossas orelhas. Eu não quero me acostumar em ver famílias destruídas, não quero acreditar que divorcio é algo natural ou que é normal os filhos passarem pela fase da rebeldia e serem problemáticos. Isso não é normal e eu não vou considerar normal nunca.

Cada um decide o que é normal na sua realidade, cada um decide qual é ordem da sua lista de prioridades. Mas realmente me angustia em ver o quanto a inversão de valores tem se tornado comum. As pessoas estão amando as coisas, adorando as pessoas e gostando de Deus quando, na verdade, deveriam gostar das coisas, amar as pessoas e adorar a Deus.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Passageiro x Eterno


Enquanto mais eu tento entender as coisas da vida, mas eu me perco dentro dos meus pensamentos. O que eu pensava ontem, hoje não penso mais. E quem sabe amanhã eu posso pensar o avesso do que estou pensando agora. A verdade é que as coisas que vem do alto, são loucura para aqueles que tentam enxergar com olhos humanos. E enquanto mais entendo delas, menos compreendo das coisas terrenas. E se volto a entender das terrenas, acabo me complicando com as coisas do alto.

O fato é que as coisas terrenas são superficiais, vazias e tem prazo de validade. Eu prefiro muito mais entender as coisas que vem do alto, ou seja, as coisas que vem de Deus. Em outras palavras, melhor investir no eterno a investir no passageiro. No entanto, querer é diferente de fazer. E nem sempre é fácil fazer. Especialmente quando entender as coisas do alto significar a contraposição das nossas vontades e gostos.

Não existe sucesso sem renuncias. Não existe vida sem morte. É necessário decidir o que mais vale a pena se lutar. E, quando decidido for, disposição para abrir mão de tudo aquilo que for de encontro a tal objetivo. Se você tiver um sonho e não estiver disposto a morrer por ele, há grandes possibilidades de ele não se realizar. A questão é: Em quais sonhos devemos estar focados? Não podemos estar focados nos sonhos de Deus e nos nossos ao mesmo tempo, porque são contrastantes. É necessário decidir se iremos viver uma vida centralizada no nosso "eu" ou uma vida dedicada aos planos de Deus. E o que vale mais apena, o passageiro ou o eterno?

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Meu pequeno raio de sol

Houve um tempo em que tudo era escuridão. Eu me sentia vivendo em um filme preto e branco dos anos quarenta. Em meio a um circo de atores de quinta, eu estava cansada de comer daquele pão.


Todos eram atores, senhoras e senhores, cheios de máscaras sem cores, sem verdadeiros amores, todo mundo era Audrey Hepburn ou James Dean.

Eu estava cansada de fingir, eu estava com preguiça das pessoas, eu estava entediada com aquela juventude clichê que considerava literatura qualquer frase tirada do msn de alguém e que tinha como referencial de vida a Lindsay Lohan. Eu havia perdido a fé nas pessoas. Mas a vida é imprevisível e, de repente, acontecem situações que nos fazem mudar tudo aquilo que se acreditava outrora. E ela sempre da um jeito de fazer com que o mundo inteiro despenque sobre a nossa cabeça quando se precisa aprender alguma coisa. E depois que aprendemos a lição ela da um jeito de desvirar o avesso, voltamos ao começo e se percebe que nem sempre é daquele jeito, e que não podemos generalizar tudo. E que nem todas as pessoas usam aquelas máscaras.

Em meio aquela escuridão permanente, de alguma maneira, eu vi um raio de sol entrando em minha janela.
Era daquele tipo de amiga que você só encontra uma vez na vida. Transparente, intensa e verdadeira. Daquelas que você acha que nunca vai merecer, mas mesmo assim ela te escolhe, só Deus sabe porque. E ela mudou tudo aquilo que eu pensava. A melhor amiga do mundo inteiro, poderia não ser perfeita, poderia não ser opinião unânime, mas, no meu mundo, era quem importava. É com quem eu quero viver os meus dias, escrever minha história, ser tia das futuras filhas e sentar na primeira fila do casamento. E dividir todos os momentos marcantes da vida, compartilhar alegrias e tristezas, passar tardes chuvosas tomando café e rindo sobre como a vida é maravilhosa. Meu pequeno raio de sol, de tão pequeno que era, foi determinante, para trazer de volta o brilho que eu tinha e, juntas, pudemos iluminar tudo o que estava a nossa volta. Certas pessoas nunca irão compreender, simplesmente porque, amizades verdadeiras, não acontecem por meios humanos, mas sempre tem uma pitada divina do nosso criador.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Parabolando

Dizem que a vida, para melhor ser entendida, é vista por meio de parábolas por aqueles que buscam a sabedoria contínua. Parábolas são muito mais que ditados ou contos, são lições que todos deveriam procurar aprender então, sendo assim, vamos parabolar.


Eu costumo dizer que viver é como comprar um pacote de figurinhas, você nunca sabe quais figurinhas irá encontrar. É como se a vida de cada ser humano se resumisse em um álbum de figurinhas, onde cada figurinha colada representa uma conquista de sonhos do mesmo. Aqueles que tinham o costume de colecionar figurinhas na infância, vão concordar que para que nossos pais nos comprassem um pacote, deveríamos merece-lo. Portanto, é tolice querer abraçar o mundo inteiro com as mãos, cada vitória tem seu tempo determinado, quem decide quando merecemos um pacote com figurinhas novas, são nossos pais e, no álbum de figurinhas da vida real, nosso Pai que está nos céus, e precisamos entender o tempo e a vontade Dele.


E quando o álbum vai começando a ficar cheio, nossa ansiedade vai aumentando na esperança de poder completa-lo logo, porém, como temos muitas figurinhas, quando compramos o pacote e o abrimos rapidamente, nos deparamos com várias figurinhas repetidas. Essas figurinhas repetidas representam nossos erros contínuos. Jamais conquistaremos determinada coisa se continuarmos caindo nos mesmos erros. Entra ano e sai ano, e é tudo sempre igual. Não podemos ter uma vida diferente sem atitudes diferentes, não podemos esperar resultados positivos tomando atitudes negativas, não podemos esperar um amanhã diferente do ontem, se viveremos da mesma maneira que ontem. Não espere que mudanças ocorram sem que sejam provocadas. Você não pode plantar uma árvore de maçã esperando que dê laranja, é tolice.

Vamos seguir tranquilos, sem atropelar o tempo certo das coisas, sem tentar abraçar o mundo inteiro de uma vez só. Na hora certa, nosso álbum estará completo, do contrario, se não formos sábios, iremos fazer coleção de figurinhas repetidas (erros) até a temporada do nosso álbum acabar e, infelizmente, nossa única chance terá passado e nossas gavetas abarrotadas de figurinhas repetidas esquecidas. Que ao invés de coleciona-las, possamos com elas aprender, aprender a pensar antes de fazer, aprender a crescer antes de ser, aprender a parabolar antes de questionar.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Acorde

Amanheceu nublado. Posso ouvir os pingos de chuva escorrerem em harmonia em minha janela. Pingos caindo sobre a terra, como uma orquestra regida pelo melhor maestro do mundo. Terra molhada, fragrância melhor que perfumes Dior. Dias nublados, dias amargos, daqueles que a gente acorda querendo ficar só.

Calmaria, agonia, o vento bate no meu rosto me lembrando que eu estou viva. Mais um dia em que tantos não acordaram e eu aqui, egoísta, querendo continuar com os olhos fechados. A hora mais pura na rotina de um ser humano, é quando ele acaba de acordar. Mente vazia, serena e despida.


Meus sonhos mais absurdos, no meu sono profundo. Eu sou só mais uma sonhadora, querendo salvar todas as pessoas do mundo, querendo que vivamos todos juntos. Mas já são dez para as sete, salvar o mundo fica para o próximo capítulo. Não que seja utopia, mas estamos sempre ocupados por ai, não é o que dizem? Papo furado.

Acorde, acorde. É preciso acordar. Não se pode viver sempre a fantasiar. Permanecer dormindo não vai te fazer escapar. O dia está nublado, o céu está caindo. Mas estamos vivos, estamos soltos, estamos acordando de novo. São dez para as oito. O despertador não vai parar de tocar enquanto você não levantar. Ou obedecemos o despertador e levantamos de uma vez, ou chegará um dia em que teremos perdido a vez.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Sabe aquela velha amiga?


É bem verdade que as pessoas entram e saem de cena do palco das nossas vida, mas existem algumas que eu gostaria que permanecessem sempre no elenco da minha novela das oito.

Sabe aquela velha amiga? Que me conheceu antes da maturidade? Que eu costumava passar todas as tardes? Já faz tempo que ela passou dos dezesseis. Que tinha que se preocupar em ir para o inglês as três..

Sabe aquela velha amiga? A qual tem tempos que não ouço a saudosa voz? Que me ensinou quão triste fica o "eu" sem o "nós"? Ela levou uma parte de mim e eu dela. Fez de mim, sem cor, um arco-íris de aquarela.

Sabe aquela velha amiga? Que quando lembro dela tenho que o choro prender? Que sempre me lembrava que eu tinha que crescer? E era tão bom tecer a vida com ela. E, pela manhã, ouvi-la responder "presente" quando a professora chamava por ela.

Aquela velha amiga, que me faz sentir vontade de voltar no tempo e dizer tudo aquilo que eu não disse, e poder falar o que eu já disse tudo de novo. E viver de novo aqueles dias, dias de inocência, dias de adolescência, sem ter todas aquelas responsabilidades chatas.

Sabe aquela velha amiga naquela fotografia? É aquela que eu vivi todos os meus dias, na escola, na escola da vida, na escola de dia. São memórias, histórias, choros, risos, e tudo isso que sempre guardarei no mais secreto relicário, para então, vez ou outra, dar uma olhada em sabe aquela velha amiga...

domingo, 18 de abril de 2010

Bússola da vida


A vida é cheia de situações que nos levam a tomar decisões. Sobre elas, existem algumas coisas que eu aprendi: A primeira é que elas são intransferíveis, ninguém pode toma-las por você. A segunda é que elas são inevitáveis, o fato de você achar que não está decidindo algo, já é tomar uma decisão. A terceira é que a maioria delas são irrevogáveis, a partir do momento que você as tomou, não se pode voltar atrás. E a quarta, por fim, é que elas são como coordenadas em uma bússola.

As coordenadas que damos em uma bússola, são o que define para onde a seta da bússola irá apontar, ou seja, é o que define para onde o nosso barco irá navegar. E as nossas decisões são as coordenadas da bússola da nossa vida. Se você está em meio a uma tempestade, querido, pode apostar que foi você quem escolheu as coordenadas que o fizeram parar em meio a essa confusão.

Nossas decisões e as consequências que elas trarão, são o que nos torna o que somos. Se você é alguém impulsivo, provavelmente tomará decisões impensadas, logo, seu barco vai se perder na correnteza sem lugar para chegar. Se você é alguém teimoso e decide fazer algo, mesmo sabendo que não te fará bem, cedo ou tarde, seu barco irá colidir com as ondas.

Daqui a 10 anos, você tem noção de que lugar seu barco terá te levado? Seja para onde for, as coordenadas de onde estaremos no futuro terão que ser escritas no presente. Nossas decisões de agora, trarão uma reação mais tarde. Eu posso não saber de muitas coisas, mas sei onde eu desejo estar daqui a 10 anos e também quem eu quero ser, porém, para poder alcançar esse alvo, é necessário começar a escrever as coordenadas hoje. E reescrever essas coordenadas todos os dias, porque, de vez enquando, vem as ventanias que podem alterar o curso do nosso barco, por isso precisamos estar sempre vigilantes na bússola da nossa vida.

Alegria sempre, é assim que navego. De olho na minha bússola, tentando não errar as coordenadas e atenta para as ventanias. Cada dia é uma dádiva, é claro que as tempestades virão, mas fique firme, logo o brilho do sol aparece para nos aquecer, anunciando a esperança de um novo dia.

sábado, 17 de abril de 2010

Respiração


Engraçado como cada dia que passa, é totalmente diferente do anterior. Os dias são únicos, os momentos também. Mas existem certos dias que nos deixam muito reflexivos sobre tudo. São nesses dias, que me dou conta de que não sou eterna, não sou permanente e muito menos autosuficiente.

E que cada respiração é uma segunda chance.

Respiração. As vezes, não nos damos conta da dádiva que é estarmos respirando nesse instante, supondo, é claro, que você esteja vivo, já que está me lendo. Existem pessoas que passam a vida inteira buscando coisas sem nem saber porque, fazendo loucuras para se sentirem vivos, mas porque? Não é preciso. Você está respirando, querido(a), hoje pela manhã, enquanto várias pessoas no mundo não acordaram, você ganhou mais um dia.

Ainda há aqueles que caem na besteira de tentar viver sobre o padrão de vida mais ridículo que existe, aquele do "deixa a vida me levar". A vida é um grande livro, escrito com caneta permanente, não se pode escreve-la sem calcular a o efeito que determinada frase trará no futuro, isso é bobagem. É olhar para sua vida, daqui a 60 anos e descobrir que ela não valeu de nada.

Como você deseja ser lembrado? Sua família e amigos podem até lembrar de vocês, mas quando eles se forem também, cedo ou tarde, seu nome será esquecido. Será que sua existência deixará alguma marca permanente na humanidade? Você eu não sei, mas eu não quero gastar a minha vida em vão, perdendo tempo com as minhas vontades superficiais e banais. Eu quero ser diferente. Não vou viver a minha vida sem propósitos, seria como tentar apanhar o vento com as mãos, desperdício de tempo. E sabemos que o tempo não perdoa.

Eu ainda estou respirando, e vou fazer cada suspiro meu valer a pena. Não valer a pena da minha maneira, porque a minha maneira é muito rasa, muito pequena e limitada, mas de uma maneira profunda, que não venha dos meus denaveios pequeninos, incapazes de olhar além do meu próprio umbigo.

E o que é que existe no mundo de mais profundo, ilimitado e permanente? Apenas Deus.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Nem sempre é nublado


As pessoas chegam e se vão de nossas vidas constantemente. É bem verdade que, algumas delas, desejamos que nunca tivessem partido. Risos, choros, abraços, magoas..é o que nos fazem humanos, porém, o que nos torna peculiar, é a maneira que olhamos para tudo isso.
As pessoas que passam levam um pouco de nós e deixam um pouco de si mesmas. A questão é: Como é que nós olhamos para tudo isso? Isso é o que nos faz singular. Eu prefiro guardar tudo no relicário das minhas lembranças como se fosse uma gaveta. Vez ou outra, abro a gaveta para dar uma olhada nesses momentos e pessoas memoraveis que pela minha vida passaram. É verdade que, cada vez que eu abro essa gaveta, mais difícil ela se torna de ser fechada, por isso é importante que só venhamos a abri-la quando nos sentirmos preparados para fazer isso sem lágrimas. É bom fazer isso de vez enquando, porém, não se pode fazer disso um hábito, porque enquanto estamos revivendo em nossa memória aquelas lindas lembranças dentro da nossa gaveta particular, o tempo está passando lá fora e, o tempo que perdemos tentando reviver algo que jamais retornará, jamais será (re)acrescentado ao nosso pequeno e limitado calendário de existência.
A sua lembrança pode ser a mais linda que existe no mundo, mas você não pode se apegar a ela de maneira que ela te impeça de viver. A uma vida lá fora está nos esperando para viver intensamente o que há para se viver, porém, quando digo intensamente, não quero dizer viver fazendo o que tudo o que der vontade, isso é coisa de gente tola. Me refiro a viver em equilíbrio com a "razão" e o "coração". Agir com o coração, porém sem deixar de ser sensato, pois as nossas vontades nem sempre são boas, na verdade, na maioria das vezes elas nos causam encrenca, por isso é sempre bom pedir um auxílio divino, conselhos de Deus sempre são bem vindos e são os melhores, afinal, usando uma analogia, de que adianta o invento passar a sua existência toda se perguntando qual é o seu propósito? É tolice, já que o mesmo não se criou sozinho, é necessário pedir uma "mãozinha" para o inventor.
O brilho do sol está sempre após a janela, nós é que, muitas vezes, não queremos ou não nos dispomos a limpar a sujeira que nos impede de ver através dela. Na vida, é normal que muita "sujeira" deixe nossa janela impenetrável ao brilho do sol, porém, a sujeira não se limpa sozinha. O dia nem sempre é nublado, depende da maneira que você enxerga as coisas. Bom, apesar de adorar o cheiro das chuvas, metaforicamente, eu prefiro ver o brilho do sol.