terça-feira, 16 de abril de 2013

Sr. Falácia e o tijolo filosofal





      Hieros, do grego, é uma das terminologias para a palavra sagrado. Esta se refere especificamente a um relacionamento com o divino, ou seja, Deus. Acontece que o significado dessa palavra está se tornando cada vez mais deturpado na visão da humanidade. Recentemente li um texto de um filósofo francês chamado Luc Ferry, onde afirmava que não precisamos mais de religião, que esse papo de Deus é bobagem e que agora temos um novo sagrado, que o novo sagrado se encontra dentro do homem, simplesmente em nossos sentimentos, convicções e vontades. Trocando em miúdos, segundo Ferry o novo sagrado é o próprio coração do homem, o homem no centro, o homem como seu próprio deus.

      A verdade é que nós já vimos esse filme. É a síndrome de Lúcifer, quando a criatura deseja se tornar o criador, quando o servo deseja se tornar Senhor. E o primeiro que sofreu desta síndrome, a qual recebeu seu nome, tem semeado essa sede de egocentrismo ao longo dos séculos. Não que seja aceitável, mas é compreensível que o homem natural diga coisas do tipo, no entanto, aquele que se diz espiritual, cristão, infelizmente também tem sido dominado por essa filosofia que exalta o homem e, o pior de tudo, ainda fazem mau uso da interpretação das escrituras para sua auto justificação. E acabam transformando o sagrado em hilário. 


      O Sr. Falácia é especialista neste novo empreendimento. Transformar o sagrado em piada acabou se tornando um negocio muito lucrativo. Ele consegue vender simplesmente qualquer coisa, de feijões mágicos a travesseiros, meias e tijolos, alegando que a aquisição desses objetos irão trazer alguma prosperidade, proteção ou benção, porque foram ungidos em nome de... de Deus? Eu diria que não. O nome de Deus apenas foi usado em vão, já que em nenhum lugar das escrituras encontramos direcionamento a respeito de ungir objetos, muito menos de que o ato de ungi-los irá torná-los itens com propriedades especiais de cura. Mas se você procura por itens especiais que funcionem e ainda não jogou Zelda não sabe o que está perdendo, porque os da Corporação Falácia estão vindo cheios de defeito de fábrica, mas o que importa é que ninguém os perceba. Se não funcionaram com você, é porque teve pouca fé. Não precisa mais de todo esse tradicionalismo com aquilo que é sagrado, porque se for desse jeito vai demorar demais. Estamos no século XXI, na era do Fast Food, não precisa dessa cerimônia toda! Temos um sagrado novo que se você estiver com pressa de esperar o culto acabar, é só colocar em uma caixinha pra viagem. Afinal, pra quê eu vou gastar horas de oração clamando para que Deus cure um familiar doente se da Sua vontade for, se me basta pendurar um lenço branco ungido na porta do quarto dele? Se a minha vida está desmoronando, pra quê perder o meu tempo a reconstruindo a base de trabalho, oração e determinação? Não precisa disso, é só chamar o Sr. Falácia com seu tijolo filosofal que tudo se reconstrói em um passe de mágica, por apenas 200 rupees. 


      É isso aí, senhoras e senhores, estamos na era do homem no centro e no controle das coisas, do novo sagrado. E que admirável evangelho novo, como Jesus não pensou nisso antes?! Determinando o milagre, pregando um evangelho triunfalista, em uma exclusiva confissão positiva, porque a vida do crente fiel é só alegria e promessa de vitória, porque no final das contas, a ira que Jesus levou sobre si naquela cruz por causa do nosso pecado não doeu coisa nenhuma, era tudo uma grande piada já que Ele sabia que ressuscitaria ao terceiro dia, que alegria! Olha só como Deus é hilário! Pera aí um pouquinho que eu já volto, preciso dar uma passada na Corporação Falácia para comprar um tijolo desses. Quem sabe se eu der uma tijolada na minha cabeça, ela se concerta e eu comece a achar graça dessa piada que ao senso da maioria parece tão engraçada.
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Abaixo, uma música para reflexão:

Palavrantiga - Sagrado
É que o sagrado se tornou hilário
Ascendeu em abril, se espatifou em maio
E o que é que ficou ? Ficou o riso amarelo

E agora tanto faz o que é sagrado
Nada importa se isso tudo não for antes santificado
Bem no interior do meu peito deserto

Estou tentando ser bem honesto
Estou dizendo tudo o que eu penso
Estão sabendo que eu Te peço, Deus:
Venha o Teu reino

Bem dentro e lá fora
A Tua vontade, pra sempre e agora
Pois tenho fome, do pão deste dia
Daquilo que é só Teu

Ouça minha oração, que se fez cantiga

Canção pra acordar
Se Deus aceitar cantiga
Minha oração, Deus não perderá jamais






sexta-feira, 12 de abril de 2013

Quem nós somos?

Será que a vida tem algum significado? Será que a vida de uma só pessoa poderia causar impacto no mundo? Quem nós somos? Alguma vez você já se perguntou? Estamos sempre levantando questionamentos e procurando por respostas. E o pior é que as procuramos dentro de nós mesmos, como se lá dentro houvesse um oráculo conhecedor de todas as coisas tudo, quando na verdade, não há nada. Se você olhar para dentro de si irá enxergar o "nada". O homem, por si só, é vazio. Procurar respostas dentro de si só tornará seu caminho cada vez mais obscuro. Dentro do "nada", só existe trevas. E com o tempo nossos olhos vão se acostumando com essa escuridão até que, de repente, já não somos capazes nem de enxergar a nós mesmos. Estamos perdidos dentro do "nada". E você começa a se perguntar se você gosta de quem se tornou, se está sendo quem deveria ser, se acabou se tornando quem não deveria ter sido. Tudo é uma grande confusão quando você começa a fazer perguntas para aqueles que não conhecem as respostas. Procurar respostas em si mesmo é como fazer perguntas para o eco, não importa quão alto você grite, a resposta que você irá receber só dará mais nós no seu cérebro.

A verdade é que somos muito mais que imaginamos. Não porque temos algo de especial, ou por termos virtudes interessantes, mas por causa daquele que nos fez. Você realmente acredita que a sua existência é aleatória? Deus não joga dados. Deus não sai distribuindo fôlegos de vida porque não tem nada melhor para fazer. Fomos feitos, criados por alguém. A única maneira de conseguir as respostas que você procura é perguntando ao Feitor. E quando estiver na dúvida, faça tudo ao contrario do que sociedade espera de você. Não estou sugerindo rebelião contra o sistema, na verdade, o sistema é quem se rebelou e virou do avesso no fim das contas.

Se quisermos encontrar a verdadeira vida, se quisermos encontrar a nós mesmos, teremos que devanear tudo do avesso. Quem nós somos? Um paradoxo ambulante, se quisermos ganhar, teremos que perder. Somos o Benjamim Burton, se quisermos crescer, teremos que diminuir. Somos uma equação matemática., se quisermos ser cada vez mais e mais, teremos que ser igual a menos. Somos imperfeitos, improváveis e falíveis. Mas somos mais do que o mundo inteiro. Somos mais que um grão de poeira dando voltas em um raio de luz. Somos mais que flocos de neve derretendo na alvorada. Somos de um país que ainda não visitamos. De uma pátria que não merecemos. Filhos de um Deus que escolheu aqueles que não são para cumprir um propósito que os que são jamais conseguiriam.

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Canção para reflexão:

Fora do Sistema - Resgate
Preciso ser mais louco pra entender
Eu quero perder pra encontrar
Quero ser mais forte ao enfraquecer
Quero deixar de ter pra ganhar

Eu quero ser mais menos
Eu quero ter paz

Eu quero estar louco
Eu quero estar certo
Fora do sistema
Longe eu caminho mais perto

Preciso diminuir pra Ele crescer
Preciso fugir pra me encontrar
Diferente do que todo mundo quer ser
Guardar a Fé até quando Ele voltar