sexta-feira, 28 de maio de 2010

Parabolando

Dizem que a vida, para melhor ser entendida, é vista por meio de parábolas por aqueles que buscam a sabedoria contínua. Parábolas são muito mais que ditados ou contos, são lições que todos deveriam procurar aprender então, sendo assim, vamos parabolar.


Eu costumo dizer que viver é como comprar um pacote de figurinhas, você nunca sabe quais figurinhas irá encontrar. É como se a vida de cada ser humano se resumisse em um álbum de figurinhas, onde cada figurinha colada representa uma conquista de sonhos do mesmo. Aqueles que tinham o costume de colecionar figurinhas na infância, vão concordar que para que nossos pais nos comprassem um pacote, deveríamos merece-lo. Portanto, é tolice querer abraçar o mundo inteiro com as mãos, cada vitória tem seu tempo determinado, quem decide quando merecemos um pacote com figurinhas novas, são nossos pais e, no álbum de figurinhas da vida real, nosso Pai que está nos céus, e precisamos entender o tempo e a vontade Dele.


E quando o álbum vai começando a ficar cheio, nossa ansiedade vai aumentando na esperança de poder completa-lo logo, porém, como temos muitas figurinhas, quando compramos o pacote e o abrimos rapidamente, nos deparamos com várias figurinhas repetidas. Essas figurinhas repetidas representam nossos erros contínuos. Jamais conquistaremos determinada coisa se continuarmos caindo nos mesmos erros. Entra ano e sai ano, e é tudo sempre igual. Não podemos ter uma vida diferente sem atitudes diferentes, não podemos esperar resultados positivos tomando atitudes negativas, não podemos esperar um amanhã diferente do ontem, se viveremos da mesma maneira que ontem. Não espere que mudanças ocorram sem que sejam provocadas. Você não pode plantar uma árvore de maçã esperando que dê laranja, é tolice.

Vamos seguir tranquilos, sem atropelar o tempo certo das coisas, sem tentar abraçar o mundo inteiro de uma vez só. Na hora certa, nosso álbum estará completo, do contrario, se não formos sábios, iremos fazer coleção de figurinhas repetidas (erros) até a temporada do nosso álbum acabar e, infelizmente, nossa única chance terá passado e nossas gavetas abarrotadas de figurinhas repetidas esquecidas. Que ao invés de coleciona-las, possamos com elas aprender, aprender a pensar antes de fazer, aprender a crescer antes de ser, aprender a parabolar antes de questionar.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Acorde

Amanheceu nublado. Posso ouvir os pingos de chuva escorrerem em harmonia em minha janela. Pingos caindo sobre a terra, como uma orquestra regida pelo melhor maestro do mundo. Terra molhada, fragrância melhor que perfumes Dior. Dias nublados, dias amargos, daqueles que a gente acorda querendo ficar só.

Calmaria, agonia, o vento bate no meu rosto me lembrando que eu estou viva. Mais um dia em que tantos não acordaram e eu aqui, egoísta, querendo continuar com os olhos fechados. A hora mais pura na rotina de um ser humano, é quando ele acaba de acordar. Mente vazia, serena e despida.


Meus sonhos mais absurdos, no meu sono profundo. Eu sou só mais uma sonhadora, querendo salvar todas as pessoas do mundo, querendo que vivamos todos juntos. Mas já são dez para as sete, salvar o mundo fica para o próximo capítulo. Não que seja utopia, mas estamos sempre ocupados por ai, não é o que dizem? Papo furado.

Acorde, acorde. É preciso acordar. Não se pode viver sempre a fantasiar. Permanecer dormindo não vai te fazer escapar. O dia está nublado, o céu está caindo. Mas estamos vivos, estamos soltos, estamos acordando de novo. São dez para as oito. O despertador não vai parar de tocar enquanto você não levantar. Ou obedecemos o despertador e levantamos de uma vez, ou chegará um dia em que teremos perdido a vez.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Sabe aquela velha amiga?


É bem verdade que as pessoas entram e saem de cena do palco das nossas vida, mas existem algumas que eu gostaria que permanecessem sempre no elenco da minha novela das oito.

Sabe aquela velha amiga? Que me conheceu antes da maturidade? Que eu costumava passar todas as tardes? Já faz tempo que ela passou dos dezesseis. Que tinha que se preocupar em ir para o inglês as três..

Sabe aquela velha amiga? A qual tem tempos que não ouço a saudosa voz? Que me ensinou quão triste fica o "eu" sem o "nós"? Ela levou uma parte de mim e eu dela. Fez de mim, sem cor, um arco-íris de aquarela.

Sabe aquela velha amiga? Que quando lembro dela tenho que o choro prender? Que sempre me lembrava que eu tinha que crescer? E era tão bom tecer a vida com ela. E, pela manhã, ouvi-la responder "presente" quando a professora chamava por ela.

Aquela velha amiga, que me faz sentir vontade de voltar no tempo e dizer tudo aquilo que eu não disse, e poder falar o que eu já disse tudo de novo. E viver de novo aqueles dias, dias de inocência, dias de adolescência, sem ter todas aquelas responsabilidades chatas.

Sabe aquela velha amiga naquela fotografia? É aquela que eu vivi todos os meus dias, na escola, na escola da vida, na escola de dia. São memórias, histórias, choros, risos, e tudo isso que sempre guardarei no mais secreto relicário, para então, vez ou outra, dar uma olhada em sabe aquela velha amiga...